2.5.08

LOAS - Livre Orientação Afetivo-Sexual como direito fundamental da pessoa!


O desenho acima é de Adão Iturrusgarai, um de nossos mais importantes quadrinistas. Pode parecer um ataque gratuito, mas não é. Não sei se o papa atual tem suas taras por jovens avantajados, mas a História da Igreja é tão repleta de escândalos sexuais que seria mais honesto da parte deles rever seus conceitos de uma vez. Preferem, contudo, a hipocrisia dos claustros, dos bebês enterrados no subsolo, das transferências apressadas. Seria mais digno se rasgassem as batinas e promovessem orgias no confessionário. Seria mais humano. O Papa e seus associados precisam trepar mais às claras.


Não estou questionando as crenças fundamentais do catolicismo: santíssima trindade, eucaristia, ressurreição dos mortos etc. Estou apenas questionando os preceitos que envolvem a sexualidade, porque a Igreja tem sido o principal inimigo, no Ocidente, da Livre Orientação Sexual. Assim como se pode lutar contra a Inquisição sem deixar de ser católico, pode-se questionar, dentro de qualquer religião, determinados preceitos que vão contra os direitos fundamentais da pessoa sem deixar de pertencer à religião específica. Não é preciso levar o pacote completo. Toda religião pode ser melhorada. Como humanista, não vejo nada mais sagrado do que a pessoa. É em nome da Pessoa que faço um clamor aos conservadores: abram a cabeça! Enxerguem a pessoa que há em cada "herege", "pervertido", "infiel". E esse é um clamor que faço a conservadores de todas as religiões, mesmo os laicos. É de amor que falamos.


Minha moral afetivo-sexual é simples. Todos os intercursos afetivo-sexuais são legítimos desde que haja reconhecido consentimento dos participantes. Assim, desde que as pessoas envolvidas estejam em pleno uso de sua faculdade de consentir (maduras e sanas o bastante) e de fato consintam com a relação durante todo o seu desenrolar, não importa que sejam do mesmo sexo ou da mesma família. É uma postura que decorre naturalmente de minhas considerações humanistas e sei que é difícil os conservadores aceitarem, mas, se de fato desejam, tendo ciência do que desejam, e todos atestam que o desejo de fato é recíproco, por que diabos não amar?


Como é preciso maturidade para consentir, é preciso que as partes não sejam muito jovens. Dependerá da educação dada, dos costumes do grupo e fatores correlatos determinar uma idade padrão para início da vida afetivo-sexual (ritos de iniciação na comunidade podem marcar essa data) ou analisar caso a caso. Também é preciso que as partes envolvidas estejam em pleno uso de suas faculdades físicas e mentais. Não importa nada como homossexualidade, heterossexualidade, bissexualidade, panssexualidade ou assexualidade... Importa o real desejo, o real consentimento. Se alguém amar, a princípio, pessoas do mesmo gênero, e depois uma de outro gênero, e depois três de gêneros variados, e todas consentirem, não se deve reprová-la como devassa, pervertida, confusa. Se todos consentem, por que não?


Os únicos fatores que detêm a livre orientação são o risco de uma gravidez indesejada e a possibilidade de adoecer. Por isso boa parte da Direita tenta impedir a distribuição de camisinhas, anticoncepcionais e até vacinas contra HPV (doença que, por sinal, é transmitida também fora de relações sexuais)! Por isso o impedimento do aborto, mesmo em casos de estupro (relação não-consentida, por isso sempre execrável!). Odeiam o sexo, porque odeiam o corpo, e assim acabam por odiar a vida. Se desvincularmos o sexo da gravidez e minimizarmos as chances de contrair DSTs, o caminho estará aberto para uma nova forma de encarar a sexualidade e o próprio afeto. E quão maravilhoso pode ser o mundo que daí advenha!

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