6.7.08

Invasão Ianque? No way!

Eu tenho mais medo de um novo golpe dos militares brasileiros que de uma invasão ianque. Por quê? Simples:

1. O Brasil é imenso, tem áreas intransitáveis pra onde o Exército poderia conduzir a guerra (Amazônia e Pantanal, pra ficar nos exemplos óbvios);
2. tem uma população majoritariamente desfavorável à política intervencionista dos EUA;
3. é o líder natural do Terceiro Mundo (a América Latina em peso ia dar apoio ao Brasil);
4. tem gente muito bem treinada pra combate urbano;
5. até os traficantes iam entrar na onda com todo o seu know-how e artilharia pesada;
6. é um país quase 90% cristão (isso pesa no imaginário deles e na repulsa veemente do papa e de inúmeros religiosos ao ataque);
7. é uma das maiores economias do mundo;
8. é a maior democracia ao Sul do Equador...
Enfim, invadir o Brasil seria suicídio.

Nem sei o que poderia levá-los a tanto. O Brasil não entra em guerras há décadas, mas creio que se viraria bem em uma em seu próprio território. Eles nem têm uma boa noção de geografia pra saberem se localizar por aqui. Então... sem grilo. Que ousem invadir. Não sobrará nem uma pena.

Seria preciso que o Brasil fosse governado por alguém muuuuito mal visto, com um histórico de péssima diplomacia e tom belicista, como o Chavéz. Com o Lula no poder, qualquer querela internacional se resolve facilmente pelos trâmites legais.

O Brasil provou ser de fato um gigante (ainda adormecido?) ao não tomar medidas brutais quando os interesses da Bolívia representaram uma quebra de contrato com a Petrobras e um "ataque aos interesses brasileiros", como foi tão alardeado pela Mídia direitista. Não ter tomado uma atitude à la Bush foi a maior prova de que não vamos virar o que a Direita gostaria - mais uma potência cruel a somar-se ao G7. O Brasil tem a responsabilidade de apontar um novo caminho ao mundo. Sabe-se que muitos países tendem a seguir o nosso em caso de sucesso do brazilian way .

Do BRIC eu aposto todas as minhas fichas no Brasil (se o PiG e os militares não colocarem tudo a perder), como futura "potência amiga", uma potência de esquerda, uma "União Soviética cor-de-rosa", por assim dizer, alternativa socialista (ou ao menos social-democrata) aos delírios totalitários da libertinagem capitalista. Para refazer o equilíbrio, pra ter alguém que ponha o dedo na cara do próximo Bush e diga "há outro jeito de fazer as coisas".

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